domingo, 16 de outubro de 2011

PLANO DE AULA - CULTURA POPULAR

Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Professora/ Estagiária: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação

Objetivos

• Ler e analisar a literatura de cordel como um gênero literário específico;
• Conhecer a origem e o processo histórico da literatura de cordel;
• Saber identificar uma literatura de cordel;
• Posicionar-se criticamente sobre a mensagem do texto, buscando elementos de apoio ou de contradição a um determinado ponto de vista;
• Produzir literatura de cordel, levando em conta as características do gênero.


Conteúdos:

• Literatura de Cordel;
• Cultura Popular;
• Leitura e Produção textual: cordel


Metodologia

I Momento (30 minutos)

• Leitura dramatizada pela professora do texto "A velha fofoqueira", de César Obeid.
• Após a leitura, a professora fará os seguintes questionamentos:

a. Vocês gostaram da história?
b. A linguagem apresentada no texto é de fácil entendimento?
c. O que vocês acharam de interessante no texto?
d. O que vocês perceberam quanto a organização do texto? Perceberam os versos? E as rimas?
e. Esse texto que acabamos de ler, é uma literatura de cordel e faz parte da cultura popular. O que vocês sabem sobre literatura de cordel? E sobre cultura popular?

II Momento (40 minutos)

Fazer uma tempestade de ideias com os alunos acerca do tema "Cultura popular e Literatura de Cordel":

• Solicitar que os alunos falem palavras a partir do tema sugerido (essa atividade será feita oralmente).

III Momento (30 minutos)

• Explicar o que é literatura de cordel;
• Informar sobre sua origem e formato;
• Falar do processo histórico como também da importância de se preservar a cultura popular.

INTERVALO (20 minutos)
IV Momento (40 minutos)
Apresentação do autor que será trabalhado:

• Fazer a leitura da Biografia do autor César Obeid.

V Momento (30 minutos)

Divisão dos grupos para leitura e análise de textos de cordel acerca de diferentes temas:

• Dividir a turma em grupos;
• Distribuir a cada grupo um dos textos do autor citado;
• Solicitar que os grupos leiam os textos para:
a. Familiarizarem-se com o gênero;
b. Identificar as suas características;
c. Identificar os assuntos tratados nos textos;
d. Comparar os textos e emitir uma opinião acerca dos conteúdos abordados.

• O grupo deverá registrar por escrito as observações realizadas e, em seguida, eleger um componente do grupo para socializar o trabalho;
• O professor deverá sistematizar o conhecimento adquirido.

VI Momento (50 minutos)
Prática da escrita:

• Agora, solicitar que os alunos se organizem em duplas para produzirem uma literatura de cordel;
• Eles poderão escolher uma das temáticas abaixo ou ficar livres para produzirem sobre o que desejarem;
• Sugestão de temas: Saúde e Orientação Sexual; Meio Ambiente; Vida na zona rural, etc.;
• Depois de produzidos, os textos deverão ser passados a limpo em forma de livrinho, ilustrados e assinados pelos autores;
• O material produzido será exposto num varal colocado na área da escola para ser apreciado por todos.

RECURSOS

• Textos impressos;
• Papel oficio;
• Lápis coloridos;
• Varal;
• Cordão;
• Cartolina.

AVALIAÇÃO DA OFICINA:

• Fazer um quadro numa cartolina com as opções: boa, regular e ótima;
• Distribuir papéis com três cores e pedir que os alunos avaliem a oficina colando um papel numa das opções oferecidas.

Bibliografias utilizadas:

• Obeid, César. Minhas rimas de cordel. Editora Moderna.
• __________ . Cordel a Velhota Fofoqueira. . Acesso em: 15/09/2011.
• Site: César Obeid, Escritor, educador e contador de histórias. www.cesarobeid.com.br. Acesso em: 15/09/2011.

Biografia do Autor

César Obeid, nascido na cidade de São Paulo, é um fiel apaixonado por “culturas populares e contos tradicionais”. Formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, em 1997, já foi comerciante e ator. Hoje dedica a maior parte de suas atividades à difusão da literatura infantojuvenil. Além de pesquisador da poesia popular em versos, é repentista e contador de histórias. Autor de vários livros para jovens e crianças, César Obeid ministra cursos de poesia, de literatura de cordel e de dramaturgia para o público em geral e para educadores. Costuma apresentar seu trabalho como artista e educador em diversos projetos ligados ao SESC, ao SESI e às Secretarias Municipais e Estaduais de Cultura, além de escolas e faculdades. Pela editora Moderna publicou também Minhas rimas de cordel, O cachorro do menino, Aquecimento global não dá rima com legal, Rimas saborosas e Rimas animais.


Cultura Popular Tradicional: Cordeis de César Obeid

O cordel é diferente
Do repente improvisado
O cordel é sempre escrito
Em folheto e declamado
O repente é improviso
Sem ter nada decorado.

Mas o nome do “cordel”
Provém lá de Portugal
Os cordéis ali ficavam
Pendurados num varal
No Brasil é diferente
“Folheto” é o nome usual.

O cordel foi no passado
O jornal do sertanejo
Sem TV nem internet
Num pequeno vilarejo
Esperavam o poeta
Com a rima e com gracejo.

Hoje é muito diferente
De alguns anos atrás
Porque hoje está presente
Nas maiores capitais
Todo o mundo já conhece
Suas rimas naturais.

Quem escreve o cordel
É chamado cordelista
E quem canta improvisado
É chamado repentista
Seja escrito ou de improviso
Rimas são a sua pista.

Estrofes retiradas do livro "Vida Rima com Cordel".
Ed. Salesiana: www.editorasalesiana.com.br


Cordel do Teatro para Crianças

Apresento o meu cordel
Carregado de lembranças
Nesse tema importante
Minhas rimas dão andanças
Vou rimar o que é possível
No teatro pra crianças.

O teatro pra crianças
É suave e inteligente
Apresenta um novo mundo
De uma forma diferente
Respeitando sempre o tempo
Da criança inocente.

A criança no teatro
Aprimora seu ouvido
Sua vida é mais alegre
E tem muito mais sentido
Fica adulto bem mais tarde
Seu caminho é colorido.

Pontos de vistas distintos
Com respeito sem parar
Despertar, esclarecer
Ensinar, também formar
No teatro é apresentado
A arte de representar.

Quem consome arte hoje
No futuro, é cidadão
Fábulas, mitos e poemas
Tudo da imaginação
Não existem as fronteiras
Pra quem vê com o coração.

Pra fazer o bom teatro
Tem que ter muita verdade
Todo mundo crê no jogo
Se houver sinceridade
E outras grandes virtudes
Clareza e simplicidade.

Para adultos ou crianças?
Não dá para comparar
O que vale é a intenção
Da boa história contar
E a platéia de crianças
Com amor já encantar.

Mas tem uma diferença
- É o riso da criança -
A plateia encantada
Todo mundo em festança
Celebrando a nossa vida
Muita música, muita dança.

O teatro pra crianças
Fala a língua universal
Comunicação direta
Para todo pessoal
Um ator entrou em cena
A magia é geral.

O adulto sempre escolhe
O que ele quer assistir
Compra o ingresso e assiste
Pra chorar ou pra sorrir
A criança está aberta
Para o novo que vai vir.

Nas plateias das crianças
O ator se realiza
Alegria de fazer
O que a criança mais precisa
A magia entra em cena
Quando no palco ele pisa.

O real vira o lúdico
E o lúdico, o real.
No teatro pra crianças
A vida é sensacional
A magia está presente
E o palco é genial.

O teatro pra crianças
Muito encantamento gera
Pra mostrar seus sentimentos
A criança não espera
Quando gosta ela sorri
Se não gosta é sincera.

Porque as crianças são
Esperança do futuro
A criança é o ser humano
Em seu estado mais puro
E o brilho dos seus olhos
Só nos livra do apuro.

As crianças nos recebem
Sem impor quaisquer barreiras
Mas às vezes questionam
O por quê das brincadeiras
Entre afetos e revoltas
Suas frases são certeiras.

E o risco do teatro
Pra criança dá prazer
A criança sempre diz
O que ela quer dizer
E nos dá mais otimismo
Pra muito mais fazer.

No teatro pra crianças
A morte é um renascimento
Com cenários, luz e música
Todo tipo de ornamento
Pra fazer esse teatro
Tem que ter muito talento.

Seja então um grande mímico
Que ocupa todo espaço
Seja então um malabarista
Seja um clown ou um palhaço
Pouco importa qual o nome
O que vale é seu abraço.

Quando acaba o espetáculo
A lembrança inicia
Que agora eu vou embora
Com amor e alegria
Deixo as rimas ao teatro
Que o teatro eu idolatro
Adeus, até outro dia.

Este cordel foi escrito por César Obeid especialmente para o evento de comemoração do Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude, dia 20 de março, no ano de 2007, em São Paulo. Este evento foi organizado pelo Centro de Referência do Teatro para Infância de São Paulo.

Cordel da Cultura de Paz- 2008

Apresentado em Evento do Centro de Estudos filosóficos da Palas Athena- São Paulo/SP
Hoje a paz vira cordel
Com sossego e união
Com silêncio e com amor
Com a plena compaixão
Na cultura de paz trago
Muitas rimas de emoção.
Para a cultura de paz
Dou as rimas de excelências
Vou dizer de economia
De política e de ciências
Que as causas, com certeza
Pesam mais que as consequências.
Se a doença é o resultado
Ela é o próprio indicador
De insustentabilidade
E violência sem pudor
Precisamos de políticas
Públicas e também amor.
O antídoto à violência
Com certeza é o respeito
Mas para respeito termos
Qual é o caminho perfeito?
Basta sensibilidade
Fluir sempre do seu peito.
Desse jeito eu percebo
As minhas necessidades
Como também as dos outros
Que carecem liberdades
Novo mundo ao redor
Vai surgindo sem ter grades.
Não é conta matemática
Mas calculo o seu teor
De algum desalinhamento
A doença é o indicador
Qual será a consequência?
Violência sem pudor.
O serviço de saúde
O público, principalmente
É espaço potencial
Para ser um promovente
Dessa cultura de paz
E acolhimento ao doente.
Mas nem tudo está perdido
Basta apenas respirar
Coração da terra (Gaia)
Com o nosso religar
Que um suspiro de harmonia
Pelos ares vai brotar.

Com certeza é bem melhor
Uma vida com saúde
Com amor e alegrias
Paz, respeito e virtude
Mas nem sempre é bom remédio
É melhor ter atitude.
Valores da carta da terra
Respeitar a terra e a vida
Em toda diversidade
Com amor e com paixão
Cuidar da comunidade
Os valores viram rimas
Que nos dão felicidade.
Construir sociedades
Democráticas que sejam
Justas, participativas
E sustentáveis que estejam
Envolvidas com a paz
Para que todos nos vejam.
E que a generosidade
Já invada os corações
E a beleza da Mãe-Terra
Nos sirva de inspirações
Sendo plena e possível
Pras futuras gerações.
Proteger e restaurar
A integridade perdida
Dos sistemas ecológicos
Tem que ser a nossa lida
Respeitando os processos
Que sustentam a nossa vida.
Prevenir danos ao meio
É a melhor proteção
A união da terra e o homem
Deve ser nossa ambição
Com respeito e com carinho
E também com precaução.
E o consumo e a produção?
Como tudo vai ficar?
O consumo responsável
Precisamos adotar
Para que a terra possa
Sempre se regenerar.
A pobreza erradicada
É mais que um bem pessoal
É o imperativo ético
Social e ambiental
Um presente harmonioso
Num futuro genial.
Garantir que cada empresa
Seja bem mais amigável
Promovendo com afinco
De uma forma razoável
Desenvolvimento humano
De maneira sustentável.
Entre os sexos afirmar
Igualdade e eqüidade
Na saúde e educação
No trabalho à vontade
Já estamos começando
A viver a liberdade.
Defender povos indígenas
E também as minorias
Porém sem discriminar
Camuflando as ironias
Com direitos garantidos
Todos vivem alegrias.
Fortalecer quem trabalha
De uma forma democrática
Pra que as instituições
Tenham voz e vez na prática
E a decisão do governo
Seja um pouco mais simpática.
Integrar, na educação
Formal e na aprendizagem
Valores, conhecimentos
Em constante reciclagem
Para um modo de vida
Sustentável com vantagem.
Tratar todos seres vivos
Com respeito e compaixão
Animais, plantas e homem
Em perfeita comunhão
Peixe, boi, porco e galinha
E não só o mico-leão.
Promover uma cultura
Baseada em tolerância
Na qual a paz sempre tenha
A suprema importância
Pro idoso, pra mulher
Para a terra e a infância.

“Não- violência” é capaz
De na treva por a luz
É o caminho em que a paz
Segue nela e nos conduz
Basta seguir os exemplos
Dos mestres Gandhi e Jesus.









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