KEHDI, Valter. Formação de Palavras em Português. São Paulo: editora Ática, 3 ed.4ª impressão. Série Princípios. 2002.
Possui graduação em Letras Neolatinas pela Universidade de São Paulo (1969), mestrado em Linguística Francesa pela Universidade de Provence (1972) e doutorado em Filosofia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (1982).
Por meio do livro Formação de Palavras em Português, é possível perceber o grande enfoque que o autor direciona à temática “Derivação e Composição”, as quais o autor descreve minuciosamente para que haja no leitor uma compreensão satisfatória. Conforme, cada capítulo do livro merece do público leitor especial atenção pela riqueza de exemplos, Kehdi apresenta, de forma que estejam claras e bem colocadas as informações de que trata cada subtemas.
O livro está dividido por capítulos e cada um trás abordagem descritiva com questões essenciais sobre a formação de palavras em português. No primeiro capítulo que tem como temática derivação e composição, o autor trata sobre como é constituído o acervo lexical da língua portuguesa. Em sua maioria as palavras são herdadas do latim, mas possuem também vocábulos formados em nosso próprio idioma.
Neste sentido, o autor diz: quando um vocábulo é formado de um só radical, a que se anexam a fixos (prefixos e sufixos), tem-se a derivação, ou seja, a derivação é organizada a partir de um termo dito “chave” que possibilita junto aos acréscimos a formação de outras palavras. Já a composição, segundo o autor, ocorre quando dois ou mais radicais se combinam, porquanto, só é possível quando se agregam duas palavras já existentes, mas que juntas formam outra, produzindo com isto um novo sentido.
O segundo capítulo apresenta a derivação prefixal e sufixal, que os permite uma analise dos constituintes imediatos da sintaxe que designam como conjunto SN (sintagma nominal) e SV (sintagma verbal). De acordo com o autor, o SN é constituído de dois elementos e não oferece dificuldade de segmentação, ou seja, é formado por um artigo e um substantivo. O SV, por sua vez, constitui-se, segundo o autor, de três elementos, assim observados no texto base; verbo, artigo e substantivo.
No terceiro capítulo, de temática derivação parassintética, o autor deixa claro que a parassíntese consiste na adjunção simultânea de um prefixo e de um sufixo a um radical, de forma que a exclusão de um ou de outro resulta numa forma inaceitável na língua, ou seja, a derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados a palavra primitiva, de forma dependente, no qual os dois afixos não podem se separar, pois sem qualquer um deles a palavra não se reveste de significado.
Já o quarto capítulo que tem por título derivação regressiva e abreviação, abordam a formação de palavras de um ângulo em que a concepção de um vocábulo se dá por meio da eliminação dos elementos terminais (sufixos e desinências), como também, a partir, da redução do próprio vocábulo, que ainda assim permanece em sua mesma classe gramatical. No capítulo cinco, derivação imprópria ou conversão, entendi se que ao transferir uma determinada palavra de outra classe gramatical à outra, altera-se o sentido do vocábulo, de acordo com o contexto a que se refere.
O capítulo seis trata de um aprofundamento da temática composição discutida parcialmente no primeiro tema. Esta segundo o autor na criação de palavras novas pela combinação de vocábulos já existentes, ou seja, faz-se uma junção de duas ou mais palavras existentes na nossa língua e os elementos primitivos perdem a sua significância frente ao vocábulo agora formado. Neste mesmo conteúdo observamos ainda a presença de duas vertentes: a justaposição e a aglutinação, na qual, a primeira está direcionada ao fato de que mesmo com a composição, os elementos interligados permanecem cada um com seu individualismo fonético. Contudo a segunda diz que os vocábulos primitivos da composição perdem seu tom fonético e em alguns casos também a sua acentuação.
No capítulo sete, flexão de número dos compostos, de acordo com o autor apresenta uma estruturação sintática, que devem seguir os mesmos princípios que regem ao nível da oração, a concordância nominal, assim, a flexão ocorre quando se pretende a formação do plural, dessa maneira faz-se necessário observar se será preciso transformar ambos os vocábulos, ou apenas um deles. O capítulo oito, outros processos de formação de palavras, o autor afirma que esses ocorrem com certa frequência em nossa língua: as onomatopéias, que são vocábulos criados com a preocupação de imitar o som ou a voz dos animais ou coisas. A reduplicação consiste na repetição da silaba radical de um vocábulo.
O hibridismo é a designação dada aos vocábulos compostos ou derivados, cujos elementos provêm de línguas diferentes, e as siglas tratam de um processo moderno e generalizado em que longos títulos ficam reduzidos as letras iniciais das palavras que constituem. Logo, na formação de palavras, há o uso de inúmeros mecanismos que auxiliem neste processo, mecanismos estes que permitem a comunicação entre pessoas, a transferência de pensamentos, a clareza de uma determinada ideia, como também a abreviação de um grupo de palavras, como também a aproximação da nossa com outras línguas atuantes em nosso idioma.
Tendo em vista os argumentos apresentados nesse trabalho, podemos conceber que a formação das palavras da língua portuguesa se dá por meio de muitos fatores que se estendem desde o principio formador que é a língua da qual se originou, a própria organização gramatical do país a que se destina ou estuda. Desta maneira, podemos dizer que é de suma importância que o profissional atuante na área de língua portuguesa tenha conhecimento disso, para que possa repassar com clareza de ideias tais regras a seus discentes, logo não só a estes, mas também nós acadêmicos em formação, pudemos obter um acréscimo de informação que nos ampliarão os saberes.
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