domingo, 16 de outubro de 2011

PLANO DE AULA - CULTURA POPULAR

Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Professora/ Estagiária: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação

Objetivos

• Ler e analisar a literatura de cordel como um gênero literário específico;
• Conhecer a origem e o processo histórico da literatura de cordel;
• Saber identificar uma literatura de cordel;
• Posicionar-se criticamente sobre a mensagem do texto, buscando elementos de apoio ou de contradição a um determinado ponto de vista;
• Produzir literatura de cordel, levando em conta as características do gênero.


Conteúdos:

• Literatura de Cordel;
• Cultura Popular;
• Leitura e Produção textual: cordel


Metodologia

I Momento (30 minutos)

• Leitura dramatizada pela professora do texto "A velha fofoqueira", de César Obeid.
• Após a leitura, a professora fará os seguintes questionamentos:

a. Vocês gostaram da história?
b. A linguagem apresentada no texto é de fácil entendimento?
c. O que vocês acharam de interessante no texto?
d. O que vocês perceberam quanto a organização do texto? Perceberam os versos? E as rimas?
e. Esse texto que acabamos de ler, é uma literatura de cordel e faz parte da cultura popular. O que vocês sabem sobre literatura de cordel? E sobre cultura popular?

II Momento (40 minutos)

Fazer uma tempestade de ideias com os alunos acerca do tema "Cultura popular e Literatura de Cordel":

• Solicitar que os alunos falem palavras a partir do tema sugerido (essa atividade será feita oralmente).

III Momento (30 minutos)

• Explicar o que é literatura de cordel;
• Informar sobre sua origem e formato;
• Falar do processo histórico como também da importância de se preservar a cultura popular.

INTERVALO (20 minutos)
IV Momento (40 minutos)
Apresentação do autor que será trabalhado:

• Fazer a leitura da Biografia do autor César Obeid.

V Momento (30 minutos)

Divisão dos grupos para leitura e análise de textos de cordel acerca de diferentes temas:

• Dividir a turma em grupos;
• Distribuir a cada grupo um dos textos do autor citado;
• Solicitar que os grupos leiam os textos para:
a. Familiarizarem-se com o gênero;
b. Identificar as suas características;
c. Identificar os assuntos tratados nos textos;
d. Comparar os textos e emitir uma opinião acerca dos conteúdos abordados.

• O grupo deverá registrar por escrito as observações realizadas e, em seguida, eleger um componente do grupo para socializar o trabalho;
• O professor deverá sistematizar o conhecimento adquirido.

VI Momento (50 minutos)
Prática da escrita:

• Agora, solicitar que os alunos se organizem em duplas para produzirem uma literatura de cordel;
• Eles poderão escolher uma das temáticas abaixo ou ficar livres para produzirem sobre o que desejarem;
• Sugestão de temas: Saúde e Orientação Sexual; Meio Ambiente; Vida na zona rural, etc.;
• Depois de produzidos, os textos deverão ser passados a limpo em forma de livrinho, ilustrados e assinados pelos autores;
• O material produzido será exposto num varal colocado na área da escola para ser apreciado por todos.

RECURSOS

• Textos impressos;
• Papel oficio;
• Lápis coloridos;
• Varal;
• Cordão;
• Cartolina.

AVALIAÇÃO DA OFICINA:

• Fazer um quadro numa cartolina com as opções: boa, regular e ótima;
• Distribuir papéis com três cores e pedir que os alunos avaliem a oficina colando um papel numa das opções oferecidas.

Bibliografias utilizadas:

• Obeid, César. Minhas rimas de cordel. Editora Moderna.
• __________ . Cordel a Velhota Fofoqueira. . Acesso em: 15/09/2011.
• Site: César Obeid, Escritor, educador e contador de histórias. www.cesarobeid.com.br. Acesso em: 15/09/2011.

Biografia do Autor

César Obeid, nascido na cidade de São Paulo, é um fiel apaixonado por “culturas populares e contos tradicionais”. Formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, em 1997, já foi comerciante e ator. Hoje dedica a maior parte de suas atividades à difusão da literatura infantojuvenil. Além de pesquisador da poesia popular em versos, é repentista e contador de histórias. Autor de vários livros para jovens e crianças, César Obeid ministra cursos de poesia, de literatura de cordel e de dramaturgia para o público em geral e para educadores. Costuma apresentar seu trabalho como artista e educador em diversos projetos ligados ao SESC, ao SESI e às Secretarias Municipais e Estaduais de Cultura, além de escolas e faculdades. Pela editora Moderna publicou também Minhas rimas de cordel, O cachorro do menino, Aquecimento global não dá rima com legal, Rimas saborosas e Rimas animais.


Cultura Popular Tradicional: Cordeis de César Obeid

O cordel é diferente
Do repente improvisado
O cordel é sempre escrito
Em folheto e declamado
O repente é improviso
Sem ter nada decorado.

Mas o nome do “cordel”
Provém lá de Portugal
Os cordéis ali ficavam
Pendurados num varal
No Brasil é diferente
“Folheto” é o nome usual.

O cordel foi no passado
O jornal do sertanejo
Sem TV nem internet
Num pequeno vilarejo
Esperavam o poeta
Com a rima e com gracejo.

Hoje é muito diferente
De alguns anos atrás
Porque hoje está presente
Nas maiores capitais
Todo o mundo já conhece
Suas rimas naturais.

Quem escreve o cordel
É chamado cordelista
E quem canta improvisado
É chamado repentista
Seja escrito ou de improviso
Rimas são a sua pista.

Estrofes retiradas do livro "Vida Rima com Cordel".
Ed. Salesiana: www.editorasalesiana.com.br


Cordel do Teatro para Crianças

Apresento o meu cordel
Carregado de lembranças
Nesse tema importante
Minhas rimas dão andanças
Vou rimar o que é possível
No teatro pra crianças.

O teatro pra crianças
É suave e inteligente
Apresenta um novo mundo
De uma forma diferente
Respeitando sempre o tempo
Da criança inocente.

A criança no teatro
Aprimora seu ouvido
Sua vida é mais alegre
E tem muito mais sentido
Fica adulto bem mais tarde
Seu caminho é colorido.

Pontos de vistas distintos
Com respeito sem parar
Despertar, esclarecer
Ensinar, também formar
No teatro é apresentado
A arte de representar.

Quem consome arte hoje
No futuro, é cidadão
Fábulas, mitos e poemas
Tudo da imaginação
Não existem as fronteiras
Pra quem vê com o coração.

Pra fazer o bom teatro
Tem que ter muita verdade
Todo mundo crê no jogo
Se houver sinceridade
E outras grandes virtudes
Clareza e simplicidade.

Para adultos ou crianças?
Não dá para comparar
O que vale é a intenção
Da boa história contar
E a platéia de crianças
Com amor já encantar.

Mas tem uma diferença
- É o riso da criança -
A plateia encantada
Todo mundo em festança
Celebrando a nossa vida
Muita música, muita dança.

O teatro pra crianças
Fala a língua universal
Comunicação direta
Para todo pessoal
Um ator entrou em cena
A magia é geral.

O adulto sempre escolhe
O que ele quer assistir
Compra o ingresso e assiste
Pra chorar ou pra sorrir
A criança está aberta
Para o novo que vai vir.

Nas plateias das crianças
O ator se realiza
Alegria de fazer
O que a criança mais precisa
A magia entra em cena
Quando no palco ele pisa.

O real vira o lúdico
E o lúdico, o real.
No teatro pra crianças
A vida é sensacional
A magia está presente
E o palco é genial.

O teatro pra crianças
Muito encantamento gera
Pra mostrar seus sentimentos
A criança não espera
Quando gosta ela sorri
Se não gosta é sincera.

Porque as crianças são
Esperança do futuro
A criança é o ser humano
Em seu estado mais puro
E o brilho dos seus olhos
Só nos livra do apuro.

As crianças nos recebem
Sem impor quaisquer barreiras
Mas às vezes questionam
O por quê das brincadeiras
Entre afetos e revoltas
Suas frases são certeiras.

E o risco do teatro
Pra criança dá prazer
A criança sempre diz
O que ela quer dizer
E nos dá mais otimismo
Pra muito mais fazer.

No teatro pra crianças
A morte é um renascimento
Com cenários, luz e música
Todo tipo de ornamento
Pra fazer esse teatro
Tem que ter muito talento.

Seja então um grande mímico
Que ocupa todo espaço
Seja então um malabarista
Seja um clown ou um palhaço
Pouco importa qual o nome
O que vale é seu abraço.

Quando acaba o espetáculo
A lembrança inicia
Que agora eu vou embora
Com amor e alegria
Deixo as rimas ao teatro
Que o teatro eu idolatro
Adeus, até outro dia.

Este cordel foi escrito por César Obeid especialmente para o evento de comemoração do Dia Mundial do Teatro para Infância e Juventude, dia 20 de março, no ano de 2007, em São Paulo. Este evento foi organizado pelo Centro de Referência do Teatro para Infância de São Paulo.

Cordel da Cultura de Paz- 2008

Apresentado em Evento do Centro de Estudos filosóficos da Palas Athena- São Paulo/SP
Hoje a paz vira cordel
Com sossego e união
Com silêncio e com amor
Com a plena compaixão
Na cultura de paz trago
Muitas rimas de emoção.
Para a cultura de paz
Dou as rimas de excelências
Vou dizer de economia
De política e de ciências
Que as causas, com certeza
Pesam mais que as consequências.
Se a doença é o resultado
Ela é o próprio indicador
De insustentabilidade
E violência sem pudor
Precisamos de políticas
Públicas e também amor.
O antídoto à violência
Com certeza é o respeito
Mas para respeito termos
Qual é o caminho perfeito?
Basta sensibilidade
Fluir sempre do seu peito.
Desse jeito eu percebo
As minhas necessidades
Como também as dos outros
Que carecem liberdades
Novo mundo ao redor
Vai surgindo sem ter grades.
Não é conta matemática
Mas calculo o seu teor
De algum desalinhamento
A doença é o indicador
Qual será a consequência?
Violência sem pudor.
O serviço de saúde
O público, principalmente
É espaço potencial
Para ser um promovente
Dessa cultura de paz
E acolhimento ao doente.
Mas nem tudo está perdido
Basta apenas respirar
Coração da terra (Gaia)
Com o nosso religar
Que um suspiro de harmonia
Pelos ares vai brotar.

Com certeza é bem melhor
Uma vida com saúde
Com amor e alegrias
Paz, respeito e virtude
Mas nem sempre é bom remédio
É melhor ter atitude.
Valores da carta da terra
Respeitar a terra e a vida
Em toda diversidade
Com amor e com paixão
Cuidar da comunidade
Os valores viram rimas
Que nos dão felicidade.
Construir sociedades
Democráticas que sejam
Justas, participativas
E sustentáveis que estejam
Envolvidas com a paz
Para que todos nos vejam.
E que a generosidade
Já invada os corações
E a beleza da Mãe-Terra
Nos sirva de inspirações
Sendo plena e possível
Pras futuras gerações.
Proteger e restaurar
A integridade perdida
Dos sistemas ecológicos
Tem que ser a nossa lida
Respeitando os processos
Que sustentam a nossa vida.
Prevenir danos ao meio
É a melhor proteção
A união da terra e o homem
Deve ser nossa ambição
Com respeito e com carinho
E também com precaução.
E o consumo e a produção?
Como tudo vai ficar?
O consumo responsável
Precisamos adotar
Para que a terra possa
Sempre se regenerar.
A pobreza erradicada
É mais que um bem pessoal
É o imperativo ético
Social e ambiental
Um presente harmonioso
Num futuro genial.
Garantir que cada empresa
Seja bem mais amigável
Promovendo com afinco
De uma forma razoável
Desenvolvimento humano
De maneira sustentável.
Entre os sexos afirmar
Igualdade e eqüidade
Na saúde e educação
No trabalho à vontade
Já estamos começando
A viver a liberdade.
Defender povos indígenas
E também as minorias
Porém sem discriminar
Camuflando as ironias
Com direitos garantidos
Todos vivem alegrias.
Fortalecer quem trabalha
De uma forma democrática
Pra que as instituições
Tenham voz e vez na prática
E a decisão do governo
Seja um pouco mais simpática.
Integrar, na educação
Formal e na aprendizagem
Valores, conhecimentos
Em constante reciclagem
Para um modo de vida
Sustentável com vantagem.
Tratar todos seres vivos
Com respeito e compaixão
Animais, plantas e homem
Em perfeita comunhão
Peixe, boi, porco e galinha
E não só o mico-leão.
Promover uma cultura
Baseada em tolerância
Na qual a paz sempre tenha
A suprema importância
Pro idoso, pra mulher
Para a terra e a infância.

“Não- violência” é capaz
De na treva por a luz
É o caminho em que a paz
Segue nela e nos conduz
Basta seguir os exemplos
Dos mestres Gandhi e Jesus.









PLANO DE AULA- HISTÓRIA EM QUADRINHO

Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Professora: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação
Objetivos:
• Compreender o que é história em quadrinhos, e perceber suas características;
• Criar uma HQ com linguagem verbal e visual.
• Criar personagens a partir das fábulas, acrescentando detalhes.
• Utilizar os recursos de expressão relativos à estrutura da HQ na criação do texto.
• Ampliar os saberes que os alunos já possuem sobre a temática;
• Conceituar e identificar frase;
• Reconhecer dentro do texto: frase-oração e período;
• Estabelecer a diferença entre frase, a partir da HQ;
• Produção textual;
• Estimular a criatividade e a capacidade de produzir e de apresentar um trabalho de sua autoria;

Conteúdos:

• Leitura
• Oralidade;
• Escrita;
• Origem da HQ;
• Conceito de frase.


Metodologia:

A oficina realizar-se-á em 4 horas, através de algumas ações:
• Apresentar aos alunos o que são Histórias em Quadrinhos, conceituando a partir de texto informativo;
• Apresentação de algumas histórias em quadrinhos (no intuito de perceberem a posição dos personagens, bem como das falas);
• Apresentação de texto – roteiro (para orientação quanto à estrutura das HQs);
• Apresentação de algumas fábulas (para leitura e criação das HQs);
• Solicitar que os discentes iniciem a criação das HQs;
• Pedir que os alunos citem algumas frases utilizadas em suas criações;
• Conceituar frase: a partir das frases ditas pelos alunos;
• Diferenciar frases, quanto aos sinais de pontuação;
• Criação de um texto, no qual, terão de utilizar os quatro principais tipos de frases.

Etapas previstas:
I Momento (60 minutos
• Distribuir o texto informativo “História em quadrinho no Brasil.”
• Leitura compartilhada do texto anteriormente citado, esclarecendo possíveis questionamentos.
• Apresentação de algumas histórias em quadrinhos (no intuito de perceberem a posição dos personagens, bem como das falas);


II Momento (60 minutos)
• Apresentação de texto – roteiro (para orientação quanto à estrutura das HQs);
• Apresentação de algumas fábulas (explicando a finalidade destas);
• Leitura silenciosa da fábula de acordo com a escolha que cada um fez.
Intervalo (20 minutos)
III Momento (40 minutos)
• Solicitar que os discentes comecem a utilizar sua criatividade, realizando a efetivação das HQs.

IV Momento (60 minutos)

• Conceito de frases, diferenciação das mesmas, quanto a sua pontuação;
• Produção textual tendo a presença dos diferentes tipos básicos de frases.

• Avaliação:
A avaliação acontecerá a partir de vários aspectos observados no educando, tais como:
• Participação individual;
• Construção da HQs;
• Motivação;
• Desenvolvimento da atividade extraclasse.
Recursos:
• Xerox do texto informativo sobre HQs;
• Xerox de histórias em quadrinhos;
• Xerox de fábulas;
• Oficio
• Lápis hidrocor;
• Lápis de cor;
• Réguas.
Atividade extraclasse
Compreensão e interpretação de texto.
Referências:
CEREJA, William Roberto. MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 6º ano. 5ª ed.reform. São Paulo: Atual, 2009.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinhos_no_Brasil
http://www.divertudo.com.br/quadrinhos/quadrinhos-txt.html
http://ocsan.net/gramatica/gramatica.htm


História em quadrinhos no Brasil
As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editorial dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo comics dos super-heróis americanos é o predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos comics alguns já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha e outros).

Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Professora: Lucineide Pereira dos Santos
Aluno (a):_________________________________________
Unidade escolar:____________________________________
Atividade Não presencial
A linguagem dos quadrinhos


1. Observe no primeiro quadrinho.
a) O que representa o desenho que aparece no balão de fala da personagem? O que ele indica no quadrinho?___________________________________________________
____________________________________________________________________
b) Pelo comportamento do menino, o que podemos deduzir: ele domina do skate ou ainda está aprendendo a praticar esse esporte? Justifique sua resposta.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. No segundo quadrinho o menino vê um vaso com um cacto e grita “AH”.
a) Essa palavra é uma interjeição ou uma onomatopéia?
_____________________________________________________________________
b) De acordo com o contexto o que ela exprime?
_____________________________________________________________________
3. No terceiro quadrinho, aparecem as seguintes palavras: POU! , CRÁS!e BLOFT!
a) O que cada uma delas exprime?________________________________________
____________________________________________________________________
b) Qual é o nome desse tipo de palavra?____________________________________
4. No ultimo quadrinho:
a) O balão contém a fala ou o pensamento da personagem?______________________
b) Que relação há entre a acupuntura e o que aconteceu a personagem?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Os balões é um elemento característico dos quadrinhos. Ele contém texto ou imagem, sinais de pontuação ou símbolos e muda de formato dependendo do que deseja expressar:

Fala Transmissão

Grito Uníssono
Pensamento Cochicho

sábado, 13 de agosto de 2011

SÍNTESE

A noção de desenvolvimento e aprendizado esta atrelada a um processo contínuo de evolução humana, desde o nascimento até a velhice, uma vez que este se dá em diversos campos da existência, ou seja, através das relações que o individuo mantém com o outro e com o mundo. Esta afirmação se dá, tendo como base as teorias vygotskianas, explícitas no texto em estudo: Desenvolvimento e aprendizado, da autora Martha Oliveira, no qual a mesma passa a desenvolver os diversos níveis e estágios do processo de desenvolvimento e aprendizado humano.
Segundo a autora, Vygotsky, nos remete a considerar etapas que são importantes no desempenho do desenvolvimento do sujeito, constituindo-os como desenvolvimento real e potencial, na medida em que o primeiro refere-se a algumas tarefas que a acriança consegue executar de forma independente, sem necessitar da ajuda de outras pessoas. Já a segunda, por sua vez, é oposta, ela é caracterizada a partir das etapas posteriores que o individuo tem como exemplos de outras pessoas, cujos afetam significativamente o resultado da ação individual.
Considerando tal ação, é possível perceber que a mesma atribui importância extrema nas relações sociais no processo de construção das funções psicológicas humanas. Mediante tais informações é plausível conceituar que os dois níveis de desenvolvimento antes citados possuem ligações diretas com a zona de desenvolvimento proximal, e esta é definida através das funções de amadurecimento que ainda estão em processo de desenvolvimento, ou seja, é como se o processo de desenvolvimento progredisse mais lentamente que o processo de aprendizado.
Nesta perspectiva podemos afirmar que o aprendizado é um dos elementos principais que impulsionam o desenvolvimento, eis que o aprendizado humano pressupõe uma natureza social especifica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que os cercam. Sobretudo porque, a atividade imitativa é uma oportunidade de a criança realizar ações que estão além de suas próprias capacidades, promovendo assim, um melhor desenvolvimento.
Do mesmo modo, isso ocorre quando o aluno recorre ao professor como fonte de informação para ajudá-lo a resolver algum tipo de problema escolar, não está burlando as regras do aprendizado, mas, ao contrário, utilizando-se de recursos legítimos para promover seu próprio desenvolvimento. Dessa forma, qualquer modalidade de interação social, quando integrada num contexto voltada para a promoção do aprendizado e do desenvolvimento poderia ser utilizada, portanto, de forma produtiva na situação escolar.
Mediante as concepções a cerca do desenvolvimento e a aprendizagem considera-se que a pré-história da linguagem escrita seja objeto necessário para a compreensão destes, uma vez que é impossível pensar o ser humano privado do contato com um grupo cultura, que lhe fornecerá os instrumentos e signos que possibilitarão o desenvolvimento das atividades psicológicas mediadas tipicamente humanas. O aprendizado, nesta concepção é o processo fundamental para a construção do ser humano.
Com isso, podemos dizer que independe da atividade a ser executada pelo individuo ele necessitará sempre de um percussor no mesmo âmbito, embora aquilo que se aprende pode e deve ser aprendido de formas diferentes valorizando o contexto critico, mesmo em meio às grandes influências sócio-históricas existentes na sociedade, este fator permitirá o desenvolvimento pessoal e a aprendizagem do sujeito em questão.
REFERÊNCIAS


OLIVEIRA; Martha Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.

FICHAMENTO DE CITAÇÃO

BORTONI-Ricardo, Stella Maris, 1945. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008
[...] “a tarefa da pesquisa interpretativa é descobrir como padrões de organização social e cultural, locais e não-locais, relacionam-se às atividades, (p.41)”
“A pesquisa interpretativista não está interessada em descobrir leis universais por meio de generalizações estatísticas, mas sim em descobrir com muitos detalhes uma situação especifica para compará-la a outras situações. (p.42)”
[...] “é tarefa da pesquisa qualitativa de sala de aula construir e aperfeiçoar teorias sobre a organização social e cognitiva da vida em sala de aula, (p.42).”
[...] “Ela examinou a interação de adultos e crianças e de crianças entre si na escola, na rua, em pracinhas e outros espaços públicos (p.42)”.
[...] “transformou seus alunos em verdadeiros etnógrafos, levando-os a entender as maneiras como as crianças lidavam com artefatos de letramento em suas famílias e comunidades, (p.42)”.
[...] “voltaram-se para a observação de como as crianças construíam suas narrativas, como interpretavam recomendações e perguntas feitas pelos professores, entre outros aspectos. (p.42)”
[...] “Seu objetivo era observar como as pessoas da comunidade procuravam traduzir seu conhecimento tradicional em conhecimento cientifico ao dar seus depoimentos. (p.42).”
[...] “ela mostra que certos grupos sociais desenvolvem em casa atividades de letramento afins às atividades das escolas, (p.44).”
[...] “enfatizou também a necessidade de reproduzir na escola elementos da cultura original das crianças, como cantigas, jogos, charadas etc. [...] a integração das dimensões macroanalíticas e microanalíticas na pesquisa educacional, (p.45).”
[...] “dois aspectos na didática de sala de aula ganharam relevância, especialmente, em países industrializados: a interação professor-aluno e a qualidade do processo de aprendizagem, (p.45).”
[...] “visando identificar a melhor forma de apresentar um assunto ou tópico em sala de aula e a acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos. Eles começam a investigar suas próprias turmas e a trocar experiências, o que lhes permitiu identificarem achados equivalentes ou contraditórios, (p.45).”
[...] “mas se propõe também a produzir conhecimentos sobre seus problemas profissionais, de forma a melhorar sua prática. O que distingue um professor pesquisador dos demais professores é seu compromisso de refletir sobre sua própria prática, buscando reforçar e desenvolver aspectos positivos e superar suas próprias deficiências, (p. 46).”
[...] “mas a literatura especializada traz sugestões para o conteúdo de diários dessa natureza, (p. 47).”
[...] “a releitura das notas de um diário é muito útil porque pode propiciar a inclusão de mais detalhes que voltem à memória, (p.47).”


FICHAMENTO DE CITAÇÃO

LIMA, Maria Socorro Lucena. et al. A hora da prática: reflexões sobre o estágio supervisionado. Edições Demócrito Rocha. 4ª Ed.

“O aluno estagiário, agindo sobre o meio e recebendo a influência deste, pode, assim, elaborar o seu conhecimento, trabalhando com conteúdos concretos, indissociáveis da realidade social através da reflexão, troca de experiências e interferir de alguma forma, nesta mesma realidade. (p. 24)”
“[...] Diante das limitações do estagiário convencional pensamos os mini cursos como uma maneira diferente de viver o processo de observação, participação, e regência de um modo mais abrangente. (p. 24)”
“[...] No panorama da profunda crise conjectural e estrutural que a educação vivencia, questionamos até que ponto o estagiário estaria sendo uma prática válida, um trabalho produtivo, tanto para o aluno estagiário como para a escola que o recebe. (p. 25)”
“[...] É ai que se tornam evidentes e até públicas mal resolvidas de ensino-aprendizagem, falta de preparo e de métodos, de criatividade, dificuldade de comunicação e tantos outros (p.25)”
“[...] Entre outras experiências de estágios vivenciadas por professores de outras universidades, o minicurso trabalhado por nós, evidencia características bem peculiares. (p. 27)”
“[...] A finalidade do minicurso é o aprofundamento, a discussão e a troca de experiências sobre temas sugeridos pelo público. (p. 27)”
“[...] A nossa proposta de estágio minicurso para a comunidade não é um treinamento comum, verticalizado, burocrático, mais um curso com características próprias, identificado com a nossa maneira de conceber a educação com os nossos ideais e utopias, em consonâncias com a realidade na qual estamos inseridos, com as reais possibilidades dos estagiários e as aspirações da comunidade. (p. 28)”
“[...] O minicurso é uma atividade coletiva, gestada e construída passo a passo, etapa por etapa, junto aos alunos e hoje, a experiência passa por uma fase melhor elaborada, ganhando espaço junto aos outros professores de graduação, colegas de outras universidades, bem como no surgimento de novos projetos. (p.30)”
“[...] Não é um trabalho pronto. É uma caminhada. (p. 31)”
“[...] Um repensar sobre a prática de ensino nos cursos de licenciatura e, principalmente, o desafio de abrir mão das posturas tradicionais. (p. 31)”









RESENHA DE IRACEMA

ALENCAR, José de. Iracema: clássicos da literatura. Barueri. São Paulo: Editora Gold, 2004. (144 páginas).

No romance "Iracema", o autor José de Alencar desvenda uma história de amor vivenciada nas matas do Ceará pelos personagens Martim “Guerreiro branco” e Iracema “a índia virgem dos lábios de mel”, ao passo que expõe através de uma perspectiva crítica a relação entre as tribos indígenas e os colonizadores brancos. O conteúdo do livro está organizado em trinta e três capítulos curtos e bastante detalhado, sendo cada um de extrema importância para a compreensão do todo da obra. Percebe-se que o autor utilizou com propriedade um vocabulário voltado para a língua Tupi - guarani, o que garantiu um toque original à identidade literária brasileira.
Conhecido como o primeiro grande romancista brasileiro, o escritor José Martiniano de Alencar nasceu em 1º de Maio de 1829, em Mecejana, Ceará. Ele exerceu diversas funções ao longo de sua carreira, atuou como advogado, jornalista, deputado e ministro da justiça, porem jamais deixou de lado a tinta e o papel. Formou-se em Direito em 1850 e aos 26 anos publicou sua primeira obra: “Cinco Minutos”. Em sua ampla e variada obra, destacam-se os romances urbanos: A Viuvinha (1860), Lucíola (1862), Senhora (1875); os romances indianistas: O Guarani (1857), Iracema (1865), Ubirajara (1874); e os romances regionalistas: O Gaucho (1870), O Sertanejo (1876). José de Alencar morreu em 12 de Dezembro de 1877 no Rio de Janeiro deixando como espólio, vários romances que entraram para a história da literatura brasileira.
No capítulo inicial Alencar realiza uma minuciosa descrição da paisagem natural da Costa cearense atrelando à partida de Martim com seu filho após a morte de Iracema e num jogo de palavras transmite ao leitor a melancolia de espírito que o guerreiro branco vivenciava com a perda da sua amada. O autor dá inicio a história no 2º capítulo, história esta narrada em 3ª pessoa por um narrador onisciente, ou seja, mesmo não sendo um dos personagens consegue ver e transmitir tudo que os personagens sentem. Iracema é idealizada como uma mulher doce e ao mesmo tempo guerreira, de acordo com Alencar, (p. 14) “Iracema saiu do banho: o aljôfar da água ainda roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, em pluma das penas do gará as flechas de seu arco e concerta com o sabiá da mata, pousando no galho próximo, o canto agreste. ”.
O autor demonstra ambas as características, “doce e guerreira” quando a compara com a mangaba doce e no momento que afirma a presença do arco e flechas, instrumentos utilizados pelos índios como ato de defesa.
A virgem dos lábios de mel se arrepende e quebra a flecha da paz com o estrangeiro, firmando assim amizade, como expressa o autor: (p. 15) “A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.”.
Iracema e Martim seguem para a cabana do pajé, Araquém, pai de Iracema, lá o jovem guerreiro é recebido com hospitalidade e mesmo Martim revelando ser amigo dos potiguaras, tribo inimiga dos tabajaras, como revela Alencar (p. 17) : “Sou dos guerreiros brancos, que levantaram a taba nas margens do Jaguaribe, perto do mar, onde habitam os pitiguaras, inimigos de tua nação.” Porém, o pajé Araquém assegura que o estrangeiro é bem vindo em sua taba. Logo, Iracema traz belas mulheres da tribo para “servir” ao guerreiro, fato que evidencia que o papel da mulher nesta época era basicamente servir e satisfazer aos senhores, isto é, ela era vista como um simples objeto de reprodução. Martim por sua vez não aceitou, pois esperava que Iracema ficasse com ele, ao descobrir que Iracema jamais poderia ser sua serva por guardar o segredo da jurema, o guerreiro decide sair da cabana e só retorna a pedido de sua amada.
Por conseguinte surge o grito de guerra de Irapuã, grito este simbolizando um duelo contra os “potiguaras”, mas o velho Andira, irmão do pajé, com um tacape passando de mão a mão interrompeu a ação de Irapuã, demonstrando assim ser contra aquele ataque. Enquanto isso, Martim apresenta melancolia em meio das lembranças de sua pátria e de seu povo e para tentar reanimá-lo, Iracema o conduz até o bosque sagrado da jurema e serve uma bebida. Martim toma e no mesmo instante realiza uma viagem inconsciente ao passado e retorna chamando o nome de sua amada, o autor deixa explícito que a bebida despertou a paixão que o estrangeiro sentia pela virgem dos lábios de mel.
Em conseguinte, Irapuã expõe o ódio e ciúme que sentiu ao saber que Iracema estava a sós com o guerreiro branco e proferiu uma ameaça. Diante desta ameaça, com o intuito de protegê-lo a virgem avisa que quem a possuísse morreria, pois este ato romperia os rituais secretos da tribo tabajara. Mesmo tendo ciência do perigo mortal que envolvia um enlace da virgem com o estrangeiro, ela já sentia seu coração palpitar por ele, como descreve o autor (p. 26): “Desejava abrigá-lo contra todo o perigo, recolhe-lo em si como um asilo impenetrável. Acompanhando o pensamento seus braços cingiam a cabeça do guerreiro e a apertava aos seios.”
Isto nos leva a crer que Iracema começava a sentir pelo guerreiro um sentimento de cuidados e de amor pela vida daquele que ela docemente desejava, e ao enlaçar sobre ele os seus braços reafirmava assim seu compromisso de proteção. No entanto, Iracema percebeu que esse seu sentimento não seria unicamente de proteção, como afirma o autor: (p. 28) “A filha do pajé estremeceu. Assim estremece a verde palma, quando a haste frágil foi abalada.” Com isso, é plausível dizer que, ela sentia-se emocionalmente desequilibrada, principalmente devido ao fato que acontecia em seguida: a partida do guerreiro para a sua nação, e a jura de morte feita ao mesmo por Irapuã.
Iracema acompanha o guerreiro para garantir que no momento em que ela o deixasse, irá deixá-lo em segurança, então ela voltará para o seu povo trazendo consigo a tão almejada paz que seu coração tanto desejava. Porém, anoiteceu durante o percurso e a virgem formosa deu a bebida de tupã para Martim, quebrando assim o ritual sagrado. Como relata o autor: (p. 55) “[...], a filha do pajé traiu o segredo da jurema.” Assim, ao passar a noite com o estrangeiro, Iracema afastou dela o segredo da fertilidade da tribo, dessa forma, não poderia mais voltar à cabana de Araquém, pois, naquele momento ela passara a ser esposa do estrangeiro.
Todavia, abandonando seus costumes, sua religião e seu povo a noção de ruptura era perturbadora e repercutiria também, o desespero para os envolvidos, a partir daí necessitavam com urgência chegar o quanto antes as terras do estrangeiro, uma vez que sabiam que os tabajaras viam velozmente buscar Iracema tendo na fuga o estopim da batalha. Diante da guerra sangrenta vendo que alguns dos tabajaras fugiam para escapar da morte e tantos outros não conseguiram, Iracema olhava-os com semblante entristecido. Como afirma Alencar, (p. 59): “Os olhos de Iracema, estendidos pela floresta viram o chão juncado de cadáveres de seus irmãos; [...]. o pranto orvalhou seu lindo semblante”.
Em meio à grande dor e tristeza que ocupava o coração de Iracema, ela pediu a seu esposo, o guerreiro branco, que ambos saíssem daquelas terras, as quais só lhes traziam lembranças amargas, difíceis de serem superadas. Martim resolveu atender ao pedido de sua amada e com eles foi também Poti, o fiel amigo do guerreiro. Como descreve o autor (p.63): “O guerreiro do mar deixa as margens do rio das garças e caminham para as terras onde o sol se deita. A esposa e o amigo seguem sua marcha.” Nesta perspectiva s três tiveram um longo percurso, viajaram dia e noites em busca de um local que possibilitasse suas moradas com tranqüilidade, ou seja, uma terra fértil que produzisse tudo aquilo que eles necessitassem para a sua sobrevivência. Assim, relata (p.67) “[...], o cristão escolheu um lugar para levantar a cabana, Poti cortou esteios dos troncos da carnaúba; a filha do pajé ligava os leques da palmeira para vestir o teto e as paredes; Martin cavou a terra e fabricou das fasquias da taquara.”.
Dessa forma, Iracema vivia intensamente este amor proibido e embebia seu coração de felicidade. Assim com tanta alegria Iracema resolve então contar a novidade tão esperada por ela e pelo amado, a qual o deixaria mergulhado de tanta felicidade. “Teu sangue já vive no seio de Iracema. Ela será mãe de teu filho. (p.72)”. Conforme, o guerreiro felicíssimo ficou a flutuar como que fosse algodão que é levado pelo vento, afinal ele seria pai e com um gesto admirável demonstrou que estava radiante. De acordo com o autor: Martim, (p.72) “ajoelhou ali e cingindo-a com os braços, beijou o seio fecundo da esposa.” Ainda assim, Iracema, tendo em seu ventre um filho não conseguiu que seu amado desistisse de sair para lutar.
Logo, o guerreiro prosseguia em suas idas a terras distantes para travar disputas, enquanto sua tristonha o esperava. Dias e noites se passavam e é chegado o momento em que Iracema dará a luz, ela, por sua vez estava sozinha quando, segundo o autor, (p.89): “[...] a dor lacerou suas entranhas; porém logo o choro infantil inundou sua alma de jubilo.”. Naquele momento, com o nascimento de seu filho, Iracema preencheu-se de grande amor e ternura, cuidando de lavá-lo e segurando-o entre seus braços o amamentou. Contudo, Iracema olhava meio tristonha para aquele pequeno ser e deu-lhe o nome, de acordo com Alencar, (p.89): “Tu és Moacir, o nascido do meu sofrimento.”
Com a demora de seu amado, a tristeza invadia o coração da jovem mãe, esta por sua vez, não encontrava forças para superar essa angustia e o seu filho já não encontrava leite suficiente no momento de sua amamentação, conforme, Alencar (p.95). Iracema sentia-se totalmente enfraquecida e quando Martin retornou teve forças apenas para entregar o filho de seu sangue e fazer-lhe o último pedido. “Enterra o corpo de tua esposa ao pé do coqueiro que amavas.”
Entretanto, a morte de Iracema trouxe ao guerreiro uma grande dor, isto fez com que o Pmesmo, tomasse seu filho nos braços e abandonasse aquele local, que segundo o autor, (p. 96) “um dia veio chamar-se Ceará.” Quatro anos depois Martim retorna para espalhar naquelas terras a sua religião convertendo os outros guerreiros e ensinando-lhes novos costumes. Entretanto seguia com suas batalhas na conquista de novas terras, mas sem jamais esquecer a índia que lhe fizera tão feliz, de acordo com o autor, (p. 98) “Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas onde foram tão felizes e as verdes folhas, a cuja sombra dormia a formosa tabajara.”
Na elaboração deste livro José de Alencar rompe com os padrões estilísticos e gramaticais portugueses, sobretudo pelo emprego acentuado do vocabulário tupi, esforço de criação de um romance tipicamente brasileiro. Utiliza uma sequencia de fatos coerente, fator que garante que suas idéias sejam compreendidas. Emprega a todo instante, comparações entre as características e sentimentos dos personagens com os elementos da natureza. Com o romance “Iracema”, o autor visa transmitir através de um casal protagonista Iracema “índia colonizada” e Martim “branco colonizador” para representar as origens do país em seu processo de colonização. Logo, a leitura deste livro proporciona aos profissionais da educação, bem como os estudantes de Letras um amplo conhecimento, tornando-os capazes de adquirir posicionamentos críticos acerca da temática citada na obra.

ESTRANGEIRISMO E PARÓDIA



Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Professora: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação
Objetivos:
• Ler e produzir textos.
• Estimular a criatividade e a capacidade de produzir e de apresentar um trabalho de sua autoria;
• Colaborar para a sua desinibição;
• Compreender o que é estrangeirismo, e perceber que o utilizamos em nosso cotidiano;
• Ampliar os saberes que os alunos já possuem sobre a temática;

Conteúdos:

• Leitura
• Estrangeirismo;
• Oralidade;
• Escrita;
• Significados com o uso do dicionário;


Metodologia:

A oficina realizar-se-á em 4 horas, através de algumas ações:
• Apresentação do tema com auxilio de texto informativo, “Estrangeirismo na língua portuguesa”
• Apresentação de vídeos, reforçando a presença do tema em nosso dia-a-dia;
• Solicitar aos alunos que apresentem alguns empréstimos lingüísticos, cujo, os mesmos utilizam e por vezes desconhecem o significado;
• Apresentação da canção Samba do Approach, de “Zeca Pagodinho e Zeca Baleiro” com a letra e um vocabulário de estrangeirismo para conhecimento do significado das palavras estrangeiras contidas na música;
• Apresentação dos textos (Carreira hereditária e Carreira estagiária), para servir de base na identificação da intertextualidade e na criação da paródia.
Etapas previstas:
I Momento (60 minutos
• Distribuir o texto informativo “Estrangeirismo na língua portuguesa.”
• Leitura compartilhada do texto anteriormente citado, esclarecendo possíveis questionamentos.
• Ouvir a canção Samba do Approach, solicitando que os mesmos acompanhem oralmente.
• Leitura silenciosa da canção “Samba do Approach”, grifando qualquer palavra que lhes chamou à atenção.


II Momento (60 minutos)
• Com auxilio do vocabulário, escrever os significados dos estrangeirismos presentes na canção.
• Apresentação de vídeos, com a presença da temática em nosso cotidiano.
Intervalo (20 minutos)
III Momento (60 minutos)
• Aula expositiva: explicar aos discentes que a música é em português, porém contém alguns estrangeirismos.

IV Momento (40 minutos)

• . Em seguida apresentar os textos “Carreira hereditária e Carreira estagiária,” para que os discentes façam a comparação entre ambos e perceba a intertextualidade, e depois em duplas, os discentes irão criar uma paródia, a partir da canção que os mesmos escolherem.

• Avaliação:
A avaliação acontecerá a partir de vários aspectos observados no educando, tais como:
• Participação individual e coletiva;
• Construção da paródia;
• Motivação;
• Desenvolvimento da atividade extraclasse.
Recursos:
• TV
• Vocabulário com alguns estrangeirismos
• Xerox do texto informativo e da letra da canção
• Oficio
Atividade extraclasse
Pesquisar em supermercado ou outro local, produtos de gêneros variados que sejam escrito em forma de estrangeirismo, seguindo o modelo fornecido pela professora.
























Samba do Approach –
Zeca Pagodinho & Zeca Baleiro
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(Venha provar)
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(Xá comigo!)
Eu tenho savoir-faire
Meu temperamento é light
Minha casa é hi-tech
Toda hora rola um insight
Já fui fã do Jethro Tull
Hoje me amarro no Slash
Minha vida agora é cool
Meu passado é que foi trash
(Vai!)
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
Fica ligada no link
Que eu vou confessar, my love
Depois do décimo drink
Só um bom e velho Engov
Eu tirei o meu Green Card
E fui pra Miami Beach
Posso não ser pop star
Mas já sou um noveau riche
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(É, mas eu pude falar...)
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(Olha só...)
Eu tenho sex-appeal
Saca só meu background
Veloz como Damon Hill
Tenaz como Fittipaldi
Não dispenso um happy end
Quero jogar no dream team
De dia um macho man
E de noite drag queen
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(Venha provar)
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(Venha provar)
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
(Venha provar, venha provar)
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat
Venha provar meu brunch
Saiba que eu tenho approach
Na hora do lunch
Eu ando de ferryboat






Vocabulário de estrangeirismos
browser (navegador; leitor de hipertexto);
brunch - refeição que se toma quando se acorda tarde.
approach – aproximação.
lunch - almoço
ferryboat - balsa, barco de passagem
savoir-faire - habilidade, esperteza
light - suave (neste sentido da música)
hi-tech - alta tecnologia
insight - discernimento, esclarecimento
jethro tull - uma banda de rock progressivo
cool - legal
trash - coisa sem valor, refugo, escória, pessoa sem valor
love - amor
drink - bebida
green card - visto americano
noveau riche - novo ricosex-appeal - atraente do ponto de vista sexual
background - fundo, segundo plano, fundamento
happy end - final feliz
dream team - seleção americana de basquete
drag queen - homem que se veste de mulher
cowboy (vaqueiro; no estilo do Velho Oeste nos EUA): filme de cowboy; Homem que luta por justiça nos filmes de séries dos EUA.
drag queen (travesti, homem vestido de mulher)
hit (sucesso, grande sucesso: canção que faz sucesso – Música)
Home theater (grande loja de materiais de construção, loja para venda de vários acessórios para a casa)
home video (vídeo doméstico)
link (ligação - em informática):
links externos (ligações externas);
mouse (rato: periférico de computador, em informática);
performance (desempenho): alta performance de um computador (o alto desempenho de...)
piercing (perfuração ornamental: em orelhas, dentes, umbigos etc)
play (reproduzir, tocar; reprodução: de música ou vídeo);
pub (bar, cervejaria)
ranking (classificação, quadro de classificações)
remake (regravação – Música)
remix (mistura – Música)
rib (costela) Carne que se vende no mercado e comemos em casa
shopping center ou apenas shopping (centro de compras, centro comercial);
single (compacto: versão pequena, com 2 ou 4 músicas)
site (sítio, em informática) site oficial (sítio oficial)











































OFICINA DE ANEDOTA

PLANEJAMENTO DA OFICINA DE ANEDOTA

Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Professora: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação
Objetivos:
• Ler e interpretar textos.
• Fazer inferências.
• Desenvolver a capacidade de apresentar textos orais para diferentes públicos.

Conteúdos:

• Leitura
• Produção textual (oral e escrita).


Metodologia:

A oficina realizar-se-á em 4 horas, através de algumas ações:
• Apresentação do gênero anedota;
• Leitura das anedotas, observando a pontuação essencial que contribui para o humor;
• Analise das anedotas escolhidas;
• Reescrita de anedota, de acordo com os seguintes elementos: narrador, espaço, enredo, personagens e tempo;
• Socialização das criações;
• Atividade individual (extraclasse).


Etapas previstas:
I Momento (60 minutos)
Solicitar dos discentes que formem duplas em seguida fornecer a cada aluno uma anedota para que seja lida em silêncio. Pedindo aos mesmos que observe a pontuação e pense na entonação do texto.
II Momento (60 minutos)
• Depois de se familiarizarizados com o texto, solicitar que os alunos contem ou leiam a anedota para a turma. É muito importante acompanhar o ensaio das duplas para detectar quais as dificuldades que os alunos possuem na execução da tarefa.
Intervalo (20 minutos)

III Momento (60 minutos)

• Depois de todas as anedotas contadas, pedir à turma que escolha as mais engraçadas. Analisando com eles o que as faz tão divertidas. Aponte nelas jogos de linguagem, a falta de lógica, o inusitado, os desvios e as distorções do padrão, o duplo sentido, as amplificações comuns aos textos cômicos. Esse tipo de análise aguça o espírito crítico do aluno e torna-o mais consciente das estratégias linguísticas para produção de sentidos.

IV Momento (40 minutos)
• Interpretação do texto;
• Reescrita de anedotas;
• Socialização das criações.

• Avaliação:
A avaliação enfocará a participação individual e coletiva para a construção das atividades propostas, a capacidade de interpretação em torno dos textos e a produção escrita.
Recursos:
• Oficio
• Xerox

Atividade extraclasse:


Referencias:
http://sitededicas.uol.com.br/piadas4.htm
http://boaspiadas.blogspot.com/2007/02/o-papagaio-especial.html Acesso em
24/07/2011>
TERRA, Ernani. Projeto Radix: português, 6º ano. São Paulo: Spicione, 2009.



















Colégio:_______________________________________________________
Data:____/____/____ Serie:________ Turma:________
Aluno (a):______________________________________________________
Professora: Lucineide Pereira dos Santos
Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Atividade presencial:
Hora do texto
No restaurante:
__ Ô, garçom! Este prato está
Intragável! Chame o gerente.
__Não vai adiantar nada. Ele
Também não querer isto...

Em qual local ocorreu o fato relatado no texto? Quem são os personagens?__________________________________________________________________________________________________________________________________
Os textos orais são produzidos com as mais diversas intenções: transmitir uma informação, descrever algo, ensinar a fazer alguma coisa, contar um fato real ou fictício, expor uma opinião sobre algum assunto. Levando isso em conta, com que finalidade o texto que você leu foi produzido?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
No texto, há uma breve conversa entre duas pessoas. Que nome recebe esse tipo de conversa?____________________________________________________________________________________________________________________________________
Em sua opinião, o que significa a palavra intragável?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Na verdade, não é o prato que está intragável. O que para o cliente está intragável?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Por que o cliente pede ao garçom que chame o gerente?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________









Colégio:_______________________________________________________
Data:____/____/____ Serie:________ Turma:________
Aluno (a):______________________________________________________
Professora: Lucineide Pereira dos Santos
Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Atividade não presencial:

Você foi almoçar em um restaurante que um amigo lhe indicou. Suponha que tenha ocorrido uma (ou mais de uma) destas situações:
a) A comida não estava boa.
b) A porção era muito pequena.
c) O prato que você escolheu no cardápio não podia ser servido.
d) O preço era muito alto.
e) Houve muita demora no atendimento ao pedido.
f) Você pediu um prato e lhe serviram outro.
Insatisfeito, você pretende fazer uma reclamação. Para quem você faria e de que maneira?_____________________________________________________________________________________________________________________________________
Recorte de jornal ou revista uma anedota e faça uma análise minuciosa acerca da mesma.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O Papagaio Especial
O freguês entrou na loja de animais e disse ao vendedor:
- Queria um Papagaio que fosse especial.
- Chegou na hora certa! Temos um bilíngue. Se levantar a patinha direita, ele fala Inglês. Se levantar a patinha esquerda, ele fala Francês.
- E se eu levantar as duas patinhas?
O Papagaio respondeu:
- Aí eu caio!

Cachorro mal-educado
Um cachorro faz xixi na perna de um ceguinho que estava parado na esquina esperando para atravessar a rua.
Ao sentir o líquido escorrendo pela perna, o ceguinho enfia a mão no bolso e oferece uma bolacha para o cachorro.
Ao ver a cena, uma velhinha comenta:
-Nossa, como você é bonzinho! O cachorro fez xixi em sua perna e você ainda dá comida pra ele!
-Que nada, senhora. Eu quero é saber onde que está a cabeça dele pra dar uma bengalada!

Criatividade Escolar
Na volta às aulas, a professora animada expõe seus ensinamentos para a classe:
-A nossa mãe é uma coisa muito importante e, por isto, quero que cada um conte uma história e esta história deverá acabar com a frase: “Mãe só tem uma”.
E o Juquinha começou sua história:
Um dia na hora do almoço, minha mãe, olhou para mim e disse:
-Juquinha vá à geladeira e pegue duas coca-colas, uma para você e outra para o seu pai." - Eu fui à geladeira e depois de olhar bem lá dentro, disse bem alto:
- Mãe, só tem uma!

Sorvete de Azeitona
O garoto chega à sorveteria e pergunta:
- Tem sorvete de azeitona?
Aí o cara responde:
- Não
Dia seguinte:
- Tem sorvete de azeitona?
- Não.
Outro dia:
-Tem sorvete de azeitona?
- Não
Outro dia:
-Tem sorvete de azeitona?
- Tem!
- Eca!






terça-feira, 7 de junho de 2011

OFICINA DE CONTO

PLANEJAMENTO DAS OFICINAS PEDAGÓGICAS

Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Estagiária: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação


“A língua é fundamentalmente um fenômeno sociocultural que se determina na relação interativa e contribui de maneira decisiva para a criação de novos mundos e para nos tornar definitivamente humanos.” (Antônio Luiz Marcuschi)
Objetivos:

• Exercitar a leitura e a compreensão do texto;
• Apropria-se das características do conto;
• Enxergar o texto como espaço de interação entre sujeitos e realidade;
• Perceber que as histórias têm origem na oralidade e perpetuam sua tradição através da comunicação;
• Produzir um conto considerando suas características e a situação de produção.


Conteúdos:
Leitura e escrita


Metodologia:

A oficina realizar-se-á em 4 horas, através de algumas ações:
• Apresentação do Programa Ressignificação;
• Dinâmica de Interação entre os alunos;
• Aplicação da Ficha Diagnóstica;
• Exibição do Filme “As mil e uma noites”;
• Discussão sobre o filme apresentado;
• Leitura compartilhada do Conto “A guardadora de Gansos”
• Atividade em dupla, compreensão do Conto;
• Atividade individual, (criação de um conto).



Etapas previstas:
I Momento (40minutos)
• Conversa informal; Apresentação do Projeto Ressignificação; Dinâmica de interação entre os alunos; Aplicação da Ficha Diagnóstica;

II Momento (60 minutos)
• Exibição do Filme “As mil e uma noites”;

INTERVALO (20 minutos)
III Momento (30 minutos)

• Discussão sobre o filme apresentado;
• Leitura compartilhada do Conto “A guardadora de Gansos”;

IV Momento (40 minutos)
• Atividade em dupla, (compreensão do texto)
V Momento (50 minutos)
• Realização de atividade individual, (criação e ilustração de um conto).

Avaliação:
A avaliação enfocará o envolvimento no debate, a participação individual e em dupla, a interação para a construção das atividades propostas, a capacidade de interpretação em torno do texto.
Recursos:
• Pirulitos
• TV
• Papel ofício
• Xerox de texto
• Lápis de cor
• Hidrocor
Referências:
Cereja, William Roberto. Magalhães, Thereza Cochar. Todos os textos, 6° ano. 3 ed. Reformada.São Paulo: Atual,2007
Marcuschi, Luiz Antonio. Da fala para a escrita. São Paulo: Cortez, 2001
















1 - Os contos maravilhosos apresentam um herói, ou uma heroína, e um vilão, ou uma vilã. No conto A guardadora de gansos, quem é o herói? E o vilão?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 – É comum, nos contos maravilhosos, o herói, ou a heroína, ser vítima de uma armadilha planejada pelo vilão, ou vilã. No conto O rei sapo, por exemplo, o príncipe foi vítima de uma bruxa que o enfeitiçou, transformando em sapo. No conto A guardadora de gansos:
a) Qual é a armadilha que a vilã planeja?
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b) Quem são suas vítimas?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) No final do conto, o plano deu certo? Por quê?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3 – Os contos maravilhosos além de mostrar como são as personagens fisicamente (altura, cor de cabelo, beleza, etc.), mostra também o seu modo de ser, isto é, como são psicologicamente: bondosa, paciente, inteligente, ingênua, prudente, etc. Às vezes, é o comportamento da personagem que mostra como ela é. Caracterize física e psicologicamente:
a)a princesa
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) a aia
_______________________________________________________________________
4 – Analisando os contos maravilhosos, o estudioso russo Wladimir Propp observou que quase todos apresentam situações muito parecidas. Veja algumas delas:
1 – O herói se distancia do lar. 6 – O herói é vencido pelo vilão
2 – O herói adentra o bosque ou a floresta. 7 – O herói volta para casa.
3 – O herói cai numa armadilha. 8 – O vilão é punido.
4 – Há luta entre herói e vilão. 9 – O herói se casa
5 – O herói vence o vilão.
Quais dessas situações ocorrem no canto A guardadora de gansos?
________________________________________________________________________
5 – Nos contos maravilhosos é comum haver personagens como reis, princesas, fadas, bruxas, gigantes, príncipes, meninas, animais e objetos falantes, lugares como bosques, montanhas encantadas e reinos distantes, assim como objetos e poções mágicas. Que elementos desse tipo estão presentes no conto A guardadora de gansos?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6 – Quem conta a história é chamado de narrador. Quando o narrador participa dos fatos e é também personagem, dizemos que ele é narrador-personagem. Neste caso, ele usa a 1ª pessoa (eu, nós). Quando o narrador não participa da história, ou seja, conta-a sem fazer referência a si mesmo e é apenas um observador, dizemos que ele é narrador-observador. Nesse caso, ele usa a 3ª pessoa (ela, os jovens, a filha, as mulheres, etc.). Releia este trecho do conto A guardadora de gansos:
“Chegada a hora da partida, a rainha foi para seus aposentos, fez um pequeno corte no dedo e pingou três gotas de sangue num lencinho.”
Nesse conto, o narrador é personagem ou observador?
_______________________________________________________________________
7-Releia o trecho a seguir do conto e observe as palavras destacadas.
“Existiu outrora uma rainha viúva, mãe de uma filha lindíssima. A jovem estava prometida a um príncipe de um reino distante, e, quando se aproximou , a época do casamento, a viúva que adorava a filha, preparou-lhe o enxoval com muito carinho, com as mais belas e finas roupas, jóias, e objetos preciosos de ouro e prata, enfim, tudo o que o enxoval de uma princesa deve ter.”
Essas palavras confirmam que os fatos ocorrem no presente ou no passado?
_____________________________________________________________________________
8- Os contos maravilhosos geralmente se iniciam pela expressão Era uma vez.
a) Na sua opinião,essa expressão indica tempo preciso determinado, ou tempo impreciso, indeterminado ?
-_____________________________________________________________________________
b) O conto A guardadora de gansos não é iniciado por Era uma vez , mas por Existiu outrora...
Se você fosse contar a alguém esse conto, poderia começá-lo com a expressão Era uma vez ?
Nesse caso, como ficaria seu inicio?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9- Nos contos maravilhosos, o narrador costuma citar as falas das personagens reproduzindo fielmente o dialogo entre elas. Releia a parte final do conto, o dialogo entre a aia e o rei. Na sua opinião o emprego do dialogo torna a história lenta, aborrecida, ou mais movimentada, mais viva?
____________________________________________________________________________
10- Observe a linguagem empregada no conto. Que tipo de variedade lingüística predomina?
___________________________________________________________________________
11- Agora, reúna-se com seus colegas de grupo e juntos concluam:
Quais são as características do conto maravilhoso?Respondam, considerando as características já apontadas no capitulo anterior e levando em conta os critérios a seguir.
• Finalidade do gênero:
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
• Perfil dos interlocutores:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
• Suporte/ veículo:
______________________________________________________________________________________________________________________________________________
• Tema:
______________________________________________________________________________________________________________________________________________
• Estrutura:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
• Linguagem:
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OFICINA DE FÁBULA

PLANEJAMENTO DA OFICINA DE FÁBULA
Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Estagiária/ Professora: Lucineide Pereira dos Santos

Tema Central: Linguagem, Comunicação e Interação
Objetivos:
• Ampliar os conhecimentos dos alunos sobre a escrita de textos narrativos;
• Ler e analisar a fábula como um gênero literário específico;
• Recontar a fábula oralmente, explorando os recursos existentes na oralidade, valorizando a entonação de voz;
• Ler e interpretar fábulas observando os elementos que precisam estar adequados à finalidade do texto, ao efeito de sentido que se quer promover;
• Analisar de forma critica os valores morais imbricados nessas obras literárias;
• Usar a criatividade reproduzindo a fábula através de desenho;
• Produzir/ reescrever fábulas, levando em conta as características do gênero.

Conteúdos:
• Leitura de diversas fábulas;
• Oralidade;
• Produção escrita;
• Coesão e coerência;
• Discurso direto e indireto;
• Texto informativo.

Metodologia:
A oficina realizar-se-á em 4 horas, através de algumas ações:
• Apresentação de diversas fábulas para levantamento de conhecimentos prévios;
• Leitura em grupo de um texto informativo sobre fábulas (origem, características);
• Leitura de fábula em vídeo (filme “A Lebre e a Tartaruga”) e em slide para comparação entre linguagens (elementos verbais e não verbais), trabalhar sequência lógica e identificação dos elementos de coesão;
• Criatividade (fazer desenho que represente sua fábula);
• Atividade individual (reescrita e ilustração de fábulas);
• Socialização das produções – oralidade (reconto da fábula, no intuito de socialização das produções).

ETAPAS PREVISTAS:
LEVANTAMENTO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS:
I Momento (60 minutos)
Apresentação de diversas fábulas para levantamento de conhecimentos prévios:
 Conversa informal; apresentação de diversas fábulas, leitura em grupo das mesmas com intuito de perceberem suas características, bem como, os elementos que contribuem para estabelecer ligação entre palavras, orações e ideias;
 Buscar evidenciar nessa primeira leitura:
• Além das características da fábula, evidenciar também o que já compreendem acerca dos elementos gramaticais que constituem a construção de sentido desse texto.


APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS ACERCA DA FÁBULA:
II Momento (50 minutos)
Leitura em grupo de um texto informativo sobre fábulas (origem, características):
• Distribuir a cada grupo um texto informativo sobre origem, principais autores e características da fábula;
• Solicitar que façam a leitura e tomem nota acerca dessas características e elementos que compõem a fábula;
• Em seguida, pedir que cada um escolha uma das fábulas lidas no 1º momento e identifiquem as características da fábula e analisem de forma crítica os valores morais imbricados nelas;
• Estabelecer socialização pelo grupo do que compreenderam (origem, principais autores, características) exemplificando por meio da fábula escolhida.

III Momento (60 minutos)
Leitura de fábula em vídeo (filme “A Lebre e a Tartaruga”) e em slide:

• Após as leituras:

 Comparar linguagens do texto em vídeo com as do texto em slide (elementos verbais e não verbais);
 Analisar a sequência lógica presente no texto narrativo, identificando os elementos que a estabelecem;
 Identificar os elementos de coerência e coesão textual que dão sentido ao texto.

Intervalo (20 minutos)

PRODUÇÃO TEXTUAL:
IV Momento (60 minutos)
• Solicitar que os educandos, individualmente, escolham uma das fábulas lidas e (ou outra que conheçam) para:
 Reescrevam atribuindo outro sentido à história;
 Ilustrem a fábula, de acordo com a criatividade de cada um.
• Estabelecer socialização por meio do reconto da fábula produzida.

AVALIAÇÃO:
A avaliação será de forma coletiva em todos os momentos em que os alunos estiverem participando das discussões propostas e individualmente por meio da produção das atividades escritas e da oralidade.
Recursos:
• TV Pendrive
• Lápis de cor
• Hidrocor
• Xerox dos textos
• Papel oficio
• Papel pautado

Atividade extraclasse:
• Interpretação de texto (o pastorzinho e o lobo).

Referências:
http://www.google.com.br/search?Source=ig&hl=pt-BR&rlz=&q=f%C3%A1bulas+de+esopo&aq=3&aqi=g5g-z1g4&aql=&oq=f%C3%A1
Lobato Monteiro. Fábulas e histórias diversas, São Paulo: Brasiliense, 1960. p. 91-2)












Neste texto, Arthur Nestrovski conta o que são e como apareceram as fábulas.

Há muito, muito tempo mesmo, mais de 2.000 anos, os homens viviam rodeados de animais.
As cidades eram pequenas, não havia nem car¬ros, nem telefones, nem televisão - não havia nem luz elétrica. Naquela época, os homens se davam muito bem com os bichos e contavam histórias so¬bre eles. Alguns achavam até que eram um pouco como os animais e que os animais, afinal, não eram tão diferentes da gente.
Foi na Grécia que apareceram as primeiras dessas histórias. São as fábu¬las, que a gente conhece até hoje. Nessas histórias, todos os bichos falam, e a gente entende o que eles dizem. A primeira delas foi escrita por Hesíodo e é sobre um gavião e um rouxinol.
Sabe quanto tempo faz? Contando em avós, são 47 avós: mais ou menos 2.800 anos. Tem que ser uma história muito boa para sobreviver tanto tempo!
O maior contador de fábulas da Grécia apareceu um pouco mais tarde e se chamava Esopo. Ele era um escravo, numa parte da Grécia, a Frígia. Foi ele que inventou as fábulas A cigarra e a formiga e O lobo e o cordeiro. Nessas histórias, os bichos mostram para a gente como a gente é.
Muito tempo depois de Esopo - mas a essa altura já faz 300 anos! -, um cavaleiro da corte do rei da França resolveu contar de novo as fábulas, mas agora em forma de versos.
O nome dele era Jean La Fontaine. As fábulas de La Fontaine são iguais `as de Esopo, mas escritas nas palavras dele, que era um grande poeta. Juntando todas as fábulas, são mais de 250.


ESOPO

Esopo foi um fabulista grego que viveu no século VI a.C. Pelo que se conta, foi escravo em Samos, ilha da Grécia, e teria, depois de conseguir sua liberdade, viajado ao Oriente. Viveu na corte de Creso, mas, por ter consultado o oráculo de Delfos em nome do soberano, foi condenado à morte. É personagem meio lendário, que se representava como indivíduo feio, corcunda e gago.
Esopo é considerado o pai da fábula, um tipo de história curta, cujos personagens são quase sempre animais, e que ensina como agir de acordo com o bom senso e como se sair bem nas situações difíceis da vida.


MONTEIRO LOBATO

Nosso grande fabulista foi Monteiro Lobato. Além de recontar as fábulas de Esopo e de La Fontaine, criou suas próprias com a turma do Sítio do Pica-pau Amarelo. O escritor se queixava constantemente da ausência de fábulas nacionais; por isso, resolveu criá-las.
José Bento Monteiro Lobato foi o criador da literatura infantil brasileira e no romance «Ideias de Jeca Tatu», saído em 1919, criou uma figura paradigmática do homem rural desamparado e pobre. Numa fazenda de Taubaté, no Estado de S. Paulo, Brasil, veio ao mundo em 18 de Abril de 1882. Formou-se em Direito e tornou-se promotor público cargo que abandonou em 1911, para administrar a fazenda que herdou do avô. Com um artigo publicado no jornal «O Estado de S. Paulo» começou a sua carreira literária, 1918.
Ao longo da vida envolveu-se em muitas lutas pelo interesse público, que culminaram com a defesa da tese da existência de petróleo no país, luta pela qual passou seis meses de prisão, em 1941.
A sua obra mais importante, porém, é a série de histórias que escreveu para crianças, iniciada com a publicação de «Reinações de Narizinho», em 1921. Foi o primeiro escritor brasileiro a tratar a literatura infanto-juvenil com seriedade. Os seus livros não são apenas divertidos, porque procuram sempre informar e educar os jovens leitores.
Escreveu variada literatura também para adultos, mas os seus escritos para crianças, atualmente, estão reunidos em 21 volumes, entre os quais se destacam: «Fábulas», 1922; «Emília no País da Gramática», 1934; «Geografia de Dona Benta», 1937; «O Pica-pau Amarelo», 1939; «Reforma da Natureza», 1941 e «Os doze trabalhos de Hércules», 1944.
Em 1948 a morte surpreendeu-o e deixou vazio um lugar que, possivelmente, jamais será preenchido com tanta dedicação e empenhamento pela cultura dos menores.

CARACTERÍSTICAS DE UMA FÁBULA
• Conceito: A fábula, em um sentido amplo, pode ser definida como uma narrativa curta com ações protagonizadas por animais, objetos e outros seres que agem como pessoas. Apresentam uma moral implícita (a moral da história).
• Sua função: Emocionar, divertir e instruir.
• Estrutura: Narrativa curta, cujos fatos acontecem num tempo e lugar imprecisos. As personagens são animais, plantas ou objetos que falam e agem como se fossem pessoas. Apresenta, no final, a moral, expressa em uma frase que encerra um ensinamento.
• Linguagem: A linguagem empregada é predominantemente a variedade padrão. Os verbos são empregados no passado e o tempo é indeterminado.






A Cigarra e a Formiga versão de “Esopo”
Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas.
Durante todo o outono, a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno.
Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem o bate-papo com os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha gelada.
Seu nome era 'Trabalho', e seu sobrenome era 'Sempre'.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e
nos bares da cidade; não desperdiçou nem um minuto sequer. Cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol, curtiu prá valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar.
Era o inverno que estava começando.
A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e
aconchegante toca, repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome, do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu.
Sua amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari amarela com um aconchegante casaco de vison.
E a cigarra disse para a formiguinha:
- Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris.
- Será que você poderia cuidar da minha toca?
- E a formiguinha respondeu:
- Claro, sem problemas!
- Mas o que lhe aconteceu?
- Como você conseguiu dinheiro para ir à Paris e comprar esta Ferrari?
E a cigarra respondeu:
Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um
produtor gostou da minha voz.
Fechei um contrato de seis meses para fazer show em Paris...
A propósito, a amiga deseja alguma coisa de lá?
Desejo sim, respondeu a formiguinha.
Se você encontrar o La Fontaine (Autor da Fábula Original) por lá, manda
ele ir para a 'Puta Que O Pariu!'


Moral da História:
Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho em demasia
só traz benefício em fábulas do La Fontaine e ao seu patrão.



A cigarra e a formiga versão de “Monteiro Lobato”

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu à rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente à cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu à rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e param formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.




A cigarra e a formiga “La Fontaine”
A cigarra, sem pensar
em guardar,
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado,
até o bom tempo voltar.
“Antes de Agosto chegar,
pode estar certa a senhora:
pago com juros, sem mora.”
Obsequiosa, certamente,
a formiga não seria.
“Que fizeste até outro dia?”
perguntou à imprevidente.
“Eu cantava, sim, Senhora,
noite e dia, sem tristeza.”
“Tu cantavas? Que beleza!
Muito bem: pois dança agora..."

A lebre e a tartaruga
Certo dia, a lebre desafiou a tartaruga para uma corrida, argumentando que era mais rápida e que a tartaruga nunca a venceria. A tartaruga começou a treinar enquanto era observada pela lebre.
Chegou o dia da corrida. A lebre e a tartaruga meteram-se nos seus lugares e, após o sinal, partiram. A tartaruga estava a correr mais rápido que conseguia, mas foi ultrapassada pela lebre que, visto já estar a uma longa distância da sua concorrente, deitou-se e dormiu.
Enquanto a lebre dormia, não se dava conta que a tartaruga ia aproximando mais rapidamente da linha de chegada. Quando acordou, a lebre, horrorizada, viu que a tartaruga estava muito perto da linha de chegada. Assim, a lebre começou a correr o mais depressa que pode, tentando, a todo o custo ultrapassar a tartaruga. Mas não conseguiu.
Após a vitória da tartaruga, todos foram festejar com ela.
Moral: "Quem segue devagar e com constância sempre á frente."

O corvo e o pavão
O pavão não perdia a chance de se gabar:
— Ninguém tem penas mais belas do que eu. A minha cauda é de dar inveja. Sou a ave mais bonita, a mais perfeita!
Ao ouvir todo esse blá-blá-blá do pavão para cima da andorinha, o corvo disse:
— Alto lá! Você pode ser bonito, mas... Perfeito não é.
O pavão abriu as suas penas como um leque e, enfurecido, saltou na direção do corvo.
— E quem é você, seu pássaro horroroso, aprendiz de bruxa, símbolo de mau agouro, para ousar me criticar?
— Eu sou uma ave que enxerga muito bem!
— Pois não parece... Se enxergasse muito bem, veria que eu sou perfeito, deslumbrante, o máximo em penas!
— Uma boa parte de você até que pode ser, mas os seus pés são de causar vergonha para todas as aves do planeta!
— Hã...?
O pavão, que estava acostumado a andar com a cabeça empinada, reparou pela primeira vez em suas patas. O corvo tinha razão. Eram feias de dar dó. Cabisbaixo, ele encolheu a cauda e ficou deprimido por um longo tempo.
Moral: Não há beleza perfeita.

O Leão e o Ratinho
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado à sombra de uma boa árvore. Veio uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.
Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu embaixo da pata.
Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistisse de esmagá-lo e deixou que fosse embora.
Algum tempo depois, o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguia se soltar, e fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva.
Nisso, apareceu o ratinho. Com seus dentes afiados, roeu as cordas e soltou o leão.
Moral: Uma boa ação ganha outra.


A reunião geral dos ratos


Uma vez os ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma reunião para encontrar um jeito de acabar com aquele eterno transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim um rato jovem levantou se e deu a ideia de pendurar uma sineta no pescoço do gato; assim, sempre que o gato chegasse perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. Todo mundo bateu pal¬mas; o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um rato velho que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto. O rato falou que o plano era muito inteligente, que com toda a certeza as preocupações deles tinham che¬gado ao fim. Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a si¬neta no pescoço do gato?
Moral: Inventar é uma coisa, fazer é outra.





A mosca e a formiguinha

– Sou fidalga! - dizia a mosca à formiguinha que passava carregando uma folha de roseira. – Não trabalho, pouso em todas as mesas, lambisco de todos os manjares, passeio sobre o colo das donzelas – e até me sento no nariz. Que vidão regalado o meu...
A formiguinha arriou a carga, enxugou a testa e disse
– Apesar de tudo, não invejo a sorte das moscas. São mal vistas. Ninguém as estima. Toda gente as enxota com asco. E o pior é que têm um berço degradante: nascem nas esterqueiras.
– Ora, ora! – exclamou a mosca. – Viva eu quente e ria-se a gente.
– E além de imundas são cínicas - continuou a formiga. – Não passam de umas parasitas – e parasita é sinônimo de ladrão. Já a mim todos me respeitam. Sou rica pelo meu trabalho, tenho casa própria e nada me falta durante o rigor do mau tempo. E você? Você, basta que fechem a porta da cozinha e já está sem o que comer. Não troco a minha honesta vida de operária pela vida dourada dos falantes.
– Quem desdenha quer comprar – murmurou ironicamente a mosca.
Dias depois a formiga encontrou a mosca a debater-se numa vidraça.
– Então, fidalga, o que é isso? – perguntou-lhe.
A prisioneira respondeu aflita:
– Os donos da casa partiram de viagem e me deixaram trancada aqui. Estou morrendo de fome e já exausta de tanto me debater.
A formiga repetiu as empáfias da mosca, imitando-lhe a voz: "Sou fidalga! Pouso em todas as mesas... Passeio pelo colo das donzelas..." e lá seguiu seu caminho, apressadinha como sempre.

A raposa e as uvas

Morta de fome, uma raposa foi até um vinhedo sabendo que ia encontrar muita uva. A safra tinha sido excelente. Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços. Só que sua alegria durou pouco: por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por fim, cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora, dizendo:
- Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não me servem. Se alguém me desse, essas uvas eu não comeria.
Moral: Desprezar o que não se consegue conquistar é fácil.

O cavalo e o burro
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — coitado! Gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?
O burro gemeu:
— Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrada agora…













Colégio:_______________________________________________________
Data:____/____/____ Serie:________ Turma:________
Aluno (a):______________________________________________________
Professora: Lucineide Pereira dos Santos
Área do conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Atividade: Não presencial
O PASTORZINHO E O LOBO

Lá para aqueles lados, na ilha de Samos, na Grécia, havia um menino chamado Pedro. Sua tarefa diária era levar a ovelhada para pastar e, à noitinha, recolher e guiar o rebanho para o morro. Ali, o menino juntava-se a outros pastores e descansavam.
Dia após dia... Tudo se repetia. As ovelhas, o cão, os pastores. Tudo igual, tudo igual. Que monotonia!
Num certo dia, o menino repentinamente gritou:
____ Looooooobo! Loooooooooobo!
Todos largaram seus afazeres e armados de paus correram em direção aos gritos do menino. O cão que guardava as ovelhas num sobressalto agitou-se e rosnou. As ovelhas baliram desesperadamente.
Os homens perguntaram ao menino:
___ Onde está ele? É feroz? Está faminto?
Pedro, perspicaz, respondeu:
___ Era muito grande, enorme! Amarelo-amarronzado! Eu o despistei! Eu o afugentei!
Todos, muito agradecidos, saudaram o pastorzinho.
Mas no dia seguinte... As nuvens continuavam passeando calmamente, as ovelhas mastigando, o cachorro ressonando ao sol, as poucas pessoas do vilarejo caminhando lentamente de cá para lá, de lá para cá...
____ Looooooobo! ___ o menino gritou bem alto.
A ovelhada baliu, o ovelheiro latiu, o povo todo subiu o morro, munido de pedaços de paus.
____ Cadê ele? Cadê? ____ Olharam ao redor e nada viram. Homens e mulheres voltaram aos seus afazeres, desconfiados e pensativos.
Após alguns dias, o menino resolveu divertir-se novamente. Gritou com todas as letras e bem mais alto:
____ Loooooooooooooooooooobo! Loooooooooooobo!
As ovelhas continuaram mastigando, as nuvens passeando calmamente, o cão ressonou em sonhos tranqüilos. Ninguém se moveu.
De repente, com um movimento brusco, o cachorro rosnou, seus pelos arrepiaram-se e as orelhas ficaram em pé. As ovelhas, amedrontadas, agitaram-se e tentaram se agrupar.
O menino viu um grande e ameaçador lobo amarelo-amarronzado. O lobo se aproximou, chegou mais perto, mais perto e o menino gritando:
____ Lobo! Lobo! Socorro! Lo...
Nada aconteceu. Ninguém apareceu. O menino correu para cima de uma árvore, o cachorro fugiu e as ovelhas... As ovelhas viraram alimento de lobo.
No dia seguinte, não havia ovelha para contar a história, só o menino que lá de cima da árvore soluçava:
___ Nunca mais vou gritar lobo! Nunca mais!

I – PROCEDIMENTOS DE LEITURA
Descritor: Localizar informações explícitas em um texto.
1. Releia o primeiro parágrafo do texto e responda:
a) Que personagem é apresentada?

b) O que faz essa personagem?

c) Onde se passa a história?

Descritor: Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
2. Releia o segundo parágrafo.

“Dia após dia... tudo se repetia. As ovelhas, o cão, os pastores.
Tudo igual, tudo igual. Que monotonia!”

Que expressões desse trecho combinam com o significado da palavra monotonia?
(___) tudo se transformava
(___) todo dia uma surpresa
(___) cada uma fazia uma coisa
(___) tudo se repetia

Descritor: Inferir uma informação implícita em um texto.
“Todos largaram seus afazeres e armados de paus correram em direção aos gritos do menino.”
A palavra “afazeres” quer dizer:
(___) alimento
(___) trabalho
(___) brincadeira
(___) tipo de agrado

Descritor: Identificar o tema de um texto.
Este texto fala sobre:
(___) um lobo que gostava de caçar ovelhas
(___) um pastor que mentiu para brincar com os outros
(___) uma ovelha que correu do lobo
(___) um pastor que não gostava de ovelhas

II – IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, GÊNERO E/OU ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO.
Descritor: Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
O texto “O pastorzinho e o lobo” procura ensinar que:
(___) Os pastores cuidam bem das ovelhas e as deixam pelos campos
(___) As ovelhas têm medo de pastor
(___) As pessoas que têm o hábito de mentir ficam desacreditadas
(___) O lobo é amigo do pastor

III – COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO
Descritor: Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.
No texto, acontece um fato novo que quebra a monotonia.
a) Que fato foi esse?

Descritor: Estabelecer relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto.
b) A partir desse fato, qual foi à reação:
• das ovelhas?

• Do cachorro?

• Das pessoas do vilarejo?

Descritor: Inferir uma informação implícita em um texto.
Vamos relembrar a reação das pessoas da aldeia quando o pastorzinho gritou lobo pela segunda vez.
“Cadê ele? Cadê? ___ Olharam ao redor e nada viram. Homens e mulheres voltaram aos seus afazeres, desconfiados e pensativos”.
Agora responda: Por que homens e mulheres ficaram desconfiados e pensativos?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

EROTISMO NA POÉTICA DE FLORBELA ESPANCA

EROTISMO NA POÉTICA DE FLORBELA ESPANCA



RESUMO

Este artigo retrata o erotismo apresentado na poética de Florbela Espanca através da analise dos poemas “Realidade” e “Se tu viesses ver-me hoje à tardinha”. A poetisa expressa o rompimento com o erotismo tradicional, numa perspectiva de revelar a emancipação literária da mulher, como também alargar as fronteiras do erotismo feminino. Uma vez que a autora utiliza-se de jogos de palavras numa maneira de fingir/revelar seus anseios e desejos amorosos, descrevemos, portanto neste estudo os sinais dessa evolução erótica.

Palavras-chave: Literatura. Poesia. Florbela Espanca. Erotismo.



Este artigo tem como objetivo analisar os poemas “Realidade” e “Se tu viesse ver-me a tardinha” retirados do livro “Charneca em flor” (1931), da poetisa Florbela Espanca, que pertence ao modernismo português. Na maioria de suas obras Florbela Espanca retrata a sensualidade, o confidencial, a feminilidade e a erotização, uma vez que, através destas temáticas, a autora buscou a emancipação literária da mulher e ousou levar ainda mais longe o erotismo feminino.

Os poemas citados anteriormente apresentam-se em versos com rimas e suas estrofes estão organizadas em tecetos e quartetos, ou seja, os poemas de Florbela quase sempre são sonetos, contudo, os versos não contêm uma métrica rígida.

Neste sentido, a poesia de Florbela Espanca vem expressar, através de palavras maliciosas e ao mesmo tempo provocantes, um sentimentalismo de um amor idealizado, também sonhado por diversas mulheres que almejam a libertação de suas angústias, vivendo, assim, relações amorosas ardentes.
Na primeira estrofe do poema “Se tu viesses ver-me hoje à tardinha”, a poetisa deixa transparecer um desejo direcionado a alguém que possivelmente não estivesse disponível no sentido de não completar ou satisfazer suas expectativas amorosas:
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
(Espanca, 2005, p.69-70)

A segunda estrofe relata momentos de amor vivenciados, ao passo que descreve detalhadamente possíveis situações amorosas as quais fazem parte do passado, permanecendo apenas a saudade:
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... O eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... Os teus abraços...
Os teus beijos... A tua mão na minha...
(Espanca, 2005, p.70)

É facilmente perceptível o erotismo na terceira estrofe, uma vez que a poetisa retrata uma relação de elementos sensuais como beijo, seda vermelha, canto e riso.
Se tu viesses, quando linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
(Espanca, 2005, p.70)
É importante observarmos que o adjetivo “vermelho” está associado ao desejo. Conforme Octavio Paz (1994, p. 07), a chama vermelha é a do erotismo, que é sustentada pelo fogo original e primordial, a sexualidade, e que sustenta outra chama azul e trêmula, a do amor.

Outro aspecto que esclarece a presença do erotismo é a expressão “linda e louca” presente no primeiro verso desta estrofe, trazendo a idéia de uma mulher loucamente apaixonada que se sente linda aos olhos do objeto desejado.

A quarta e última estrofe deste poema visa intensificar o erótico já presente na estrofe anterior. As palavras “sol” e “desejo” respectivamente são exemplos marcantes da erotização neste poema:

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
(Espanca, 2005, p.70)

Também no poema “Realidade” Florbela utiliza as expressões “olhar”, “gorjeio”, “boca” e “frescura” num jogo de palavras com o intuito de demarcar a presença da sedução possivelmente feminina direcionada ao alvo almejado/desejado:
Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorjeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...
(Espanca, 2005, p.66)

No poema “Realidade”, com a expressão “cabeleira desatada”, expressa no segundo quarteto, a poetisa sugere a presença de movimentos bruscos, característica própria da paixão:
Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleireira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho...
(Espanca, 2005, p.66-67)

Na terceira estrofe, Florbela descreve uma mulher apaixonada, para isso, ela utiliza partes marcantes do rosto como “pálpebras” e “olhos” como elementos chave da sedução:
Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garçons, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...
(Espanca, 2005, p.67)
Neste momento sobressai a caracterização da cor morena, reforçando a ideologia da sociedade de que a mulher morena corresponde a um toque adicional de fascínio.

Na ultima estrofe, a poetisa evidencia uma situação de explosão/declaração dos desejos existentes, antes apenas secretos e agora declarados:
Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo que te vejo,
Não sei se te encontrei... Se te perdi...
(Espanca, 2005, p.67)

Logo no último verso, Florbela Espanca expressa a desilusão de alimentar um sentimento talvez não correspondido, ao ponto de ser finalizado sem sequer ter tido um começo.

Estes poemas mostram características marcantes da poética de Florbela Espanca, pois, como expressa Massaud Moisés (2005, p. 253), “trata-se duma poesia-confissão, através da qual ganha relevo eloqüente, cálido e sincero, toda a desesperante experiência sentimental duma mulher superior por seus dotes naturais fadada a uma espécie de “dujanismo ferminino”, ou seja, a poetisa se revela e expõe o desejo ardente da vivência de uma louca paixão presente nela e em muitas mulheres.

A poetisa utiliza bastante, e com eficácia, circunstâncias que evidenciam o contato do corpo, citando versos com perfeitas rimas, envolvendo partes do corpo que supostamente seriam postas em contato intenso, característica esta que demonstra o quanto o erotismo feminino se destacou neste período, tanto na autora quanto nas demais mulheres da época. Este erotismo é visualizado hoje com maior intensidade, sobretudo na prática de exposição do corpo.



REFERÊNCIAS

ESPANCA, Florbela. Sonetos. São Paulo: Martin Claret, 2005.

MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. 33 ed. São Paulo: Cultrix, 2005

PAZ, Octavio. A dupla chama: amor e erotismo. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 1994.

http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=588
Acesso em: 04/02/2011 Ás: 21:47

http://marciaapinheiro.tripod.com/real.htm
Acesso em: 05/02/2011 Ás: 18:25





Produzido por:
Jackeline Amorim; Lucineide Pereira e Mariana Lima.
Graduandas do Curso de LETRAS VÉRNACULAS, na UNEB XIII